Outros filmes do começo da carreira do diretor, apesar de seus pequenos portes, também são geralmente citados como exemplos de qualidade em animação, como "Vincent" (1982) e o próprio "Frankenweenie", que certamente já não seria mais vetado pelo estúdio nos dias de hoje.
Outra característica de Tim Burton é o estabelecimento de parcerias fortes com os atores, como já aconteceu com Michael Keaton e Catherine O´hara. O casamento perfeito, porém, ocorreu quando o diretor começou a trabalhar com Johnny Depp e Helena Bonham-Carter.
Burton e Depp já contabilizam cinco filmes juntos e, ao que tudo indica, ainda vão continuar a trabalhar juntos outras vezes.
Com Helena, a parceria transcende a vida profissional. O primeiro trabalho dos dois foi "Planeta dos Macacos", quando se conheceram e logo depois se casaram.
As performances de Johnny e Helena como dubladores em "A Noiva Cadáver" foi o primeiro trabalho protagonizado pelos dois simultaneamente.
Ao filmar novas versões de histórias que já viraram filmes, os diretores correm um risco duplo: além da habitual exposição à crítica que todo filme sofre, o remake têm o peso da comparação e da expectativa. Espera-se que refilmagem, de certa forma, "supere" o filme já existente. Tim Burton tem dois desse filmes no currículo: "Planeta dos Macacos" e "A Fantástica Fábrica de Chocolate".
"Planeta dos Macacos" foi, talvez, o trabalho de Burton que mais crucificado em termos de críticas. O diretor foi acusado de ter se desviado do seu jeito de conduzir os filmes e de ter feito muitas modificações com relação à história original. Também foi bastante criticado quanto à escolha de Mark Wahlberg com protagonista. No fim, "Planeta" acabou sendo classificado como inferior ao original, apesar de muita gente ainda ter gostado do resultado.
Já "A Fantástica Fábrica de Chocolate" foi recebido com muitos elogios, tanto à direção, quanto ao elenco. Tim baseou o roteiro inteiramente no livro Roald Dhal, não tomando o primeiro filme como alicerce. O toque da atmosfera sinistra está presente mais uma vez e Johnny Depp como protagonista arrancou dos mais exigentes críticos o reconhecimento de uma atuação impecável. Porém, como nada pode ser completamente unânime, há quem prefira a primeira versão do filme, já tida como um clássico.
Um dos filmes de Burton que mais chamou a atenção foi, sem dúvida, "Ed Wood", a cine-biografia daquele que foi considerado "o pior diretor da história" e acabou se tornando, junto com sua obra, um representante do gênero "cult".
O roteiro retrata a personalidade bizarra de Edward David Wood Jr. – o Ed Wood – que na década de 50 fazia seus filmes de roteiros duvidosos e recursos precários em Hollywood (sem o apoio de nenhum estúdio). Johnny Depp encarna o protagonista: um homem excêntrico – um de seus hobbies era vestir-se de mulher – que ao seu modo deixou sua marca no cinema e é lembrado até hoje, ainda que pela peculiar falta de qualidade de seus trabalhos.
Afinal, o que faz Tim Burton ser tão bem sucedido num ramo onde poucos se sobressaem assim? Talvez seja a combinação de tudo: a originalidade, a excentricidade, as parcerias certas e acima de tudo, o talento. Nas palavras do próprio diretor (uma vez Tim declarou "Fazer filmes é, para mim, uma espécie de terapia bem cara") a arte de fazer cinema é, para ele, um verdadeiro hobby. E os nossos Hobbes acabam sendo o que fazemos de melhor…
Tim Burton é, sim, ousado, original, sombrio, inovador. Tudo isso e muito mais!
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